De João Lopes a 24.06.2008 às 14:43
Txiiiii, que mau!
Foi fácil mas em que é que isto tem a ver com facilidade em entrar na Universidade? Não se esqueçam que conta mais o trabalho que um aluno teve durante 3 anos do que um examezeco!
Eu fiz o exame de matemática ontem, mas durante 9 meses estive a esforçar-me para ter boas notas :/ Fiquei com 16, e agora não me venha dizer que justo, era um exame estupidamente difícil porque os exames não são feitos para baixar médias. ALiás, exames são para quê? õ_o Exames deviam ser ou todos os anos, ou nunca!
De João Lopes a 24.06.2008 às 14:46
E já agora, o exame deste ano foi fácil, porque reclamaram dos outros serem complicados. ;)
Amigo, tem tudo a ver com tudo!
Em primeiro lugar porque para mt gente, conseguir chegar à positiva é conseguir entrar na faculdade.
Em segundo lugar, começar a diminuir o nível de exigência nos exames, pode facilmente levar a que se diminua o nível de exigência durante o ano lectivo.
Não sei há quantos anos não deverá haver um exame complicado, como tu dizes. Já fiz o meu há uns... 5 anos e não era complicado. O ano passado a escalada das médias foi o resultado do facilitismo do exame.
Não é fazer exames para complicar como tu dizes, mas este deve incluir perguntas que distingam o raciocínio de um bom e de um mau aluno. Exercícios que façam pensar.
Isto foi dito por uma professora minha de Cálculo (Análise Matemática) da Univ : ano para ano é notório o crescimento da dificuldade a Matemática nos alunos. Também dito por um prof meu, búlgaro , é que, nós só sabemos resolver exercício, como se aprende no secundário, tipo receita, não sabemos desenvolver raciocínios .
Tudo isto só serve para um show off , para dizer, que estamos a melhorar na educação, e é mentira.
Em parte concordo com o que foi dito em cima, mas nós, os Portugueses, temos duas razões de peso para reclamar, por tudo e por nada. Também fiz exame há 5 anos, e voltei a fazê-lo há 4 e digo: preso por ter cão e preso por não ter, a minha análise matemática da universidade assume muito e ajuda pouco, não é o facilitismo que arruína o ensino mas sim as discrepâncias curriculares.
Exemplo: Um aluno da "via geral" não tem a mesma matemática que um aluno da via tecnológica ou da via profissional, mas fazem todos o mesmo exame de matemática e têm todos a mesma análise matemática na universidade, e qual deles se safa sem problemas? NENHUM! E porquê? Porque a matéria dada nas universidades não é nem seguimento da dada ao nível do secundário e é assumido que os alunos já sabem à partida conceitos de base para essa matéria.
Solução Lógica: DIÁLOGO entre o ensino UNIVERSITÁRIO e o ensino SECUNDÁRIO para que os programas de estudo e ensino sejam compatíveis.
Mas o que estou a dizer, isso é facilitismo, e os alunos têm é de ter negativas para mostrarmos que ensinamos bem, não é? Ou será ao contrário?
Seja como for, é impossível agradar a Gregos e Troianos e enquanto a educação estiver desligada nos seus membros e estes desligados da economia, acho que vamos continuar a passar fome a a recordar os grandes navegadores, apesar de já termos 500 anos de espera do D. Sebastião, ainda não aprendemos que o D. Sebastião somos todos nós e não é a enganar-nos a nós próprios que chegamos a qualquer lado.
Temos tudo neste rectângulo e ilhas, porque é que ainda nos recusamos a ver isso?
H.M. Bom Cartoon, como sempre!

Tenho de concordar contigo que o diálogo seria muito importante para haver uma coerência naquilo que é ensinado nos vários níveis de ensino.
Mas fiquei este ano a saber que os alunos do ensino geral e via profissionalizante não fazem o mesmo exame. Existe um exame A e um exame B . Coisa que eu nunca tinha ouvido falar na minha época. Mas segundo me consta, apenas algumas faculdades aceitam o exame B . Mas isto vai ao encontro do que tu dizes.
Contudo continuo a achar que existe um facilitismo, sim. Porque nós tugas somos muito bons no desenrasque. E por isso, se há maus resultados a matemática, não há problema, arranja-se já bons resultados de um ano para o outro!
O estado em que as coisas estão resultam de vários factores, não é apenas de um só. Será o facilitismo, as discrepâncias curriculares, e até a mentalidade das pessoas. Eu ouço miúdos que estão a entrar no 1º ano a dizer que matemática é difícil!! Porquê?! Porque já ouviram em casa, na rua, no café, na TV e já vão com essa ideia incutida do bicho papão!
De João Lopes a 25.06.2008 às 12:29
Olha, eu já nem sei. O que eu sei é que o desenvolvimento de um raciocínio matemático que não se baseia em "receita" como disse a Liliana, depende de cada um! Se eu dependesse dos professores para entender tudo, estava bem tramado. Se perguntarem a qualquer aluno que tenha boas notas nesta disciplina, verão que estes treinaram sozinhos e desenvolveram o seu raciocínio e as suas associações sozinhos.
Se não podemos confiar na escola e nos exames, temos de poder confiar na nossa própria cabeça.
Para terminar, quero dizer que vai haver sempre gente a dizer que este exame foi um bicho de sete cabeças, cinco patas e nove caudas, porque simplesmente não atinam com a matemática - e os professores não fazem milagres.
Pois, qualquer pessoa que queira ter boas notas deve ter um bom explicador. É verdade que só o que se apanha nas aulas é muito pouco. E eu apanhei com cada prof de Matemática que ai senhores!
Mas também conheci bons professores. Há de tudo!
De Hugo Fernandes a 27.06.2008 às 16:42
Oh Cabrito do Monte:
E sabes porque há discrepância entre o Secundário e a Universidade? Não foi a Universidade que dificultou.. foi no secundário que estão a facilitar. Depois é claro que o pessoal se queixa da discrepância. Fiz exame há 8 anos atrás e no "meu tempo" a Analise Matemática continuava perfeitamente o 12oAno. Alias, toda a matéria do 120Ano era resumida no primeiro mês do primeiro semestre. Depois a materia nova encaixava ali. Hoje a Analise Matemática é a mesma. As bases dos recém-chegados do secundário é que estão em falta.
Isto serve é para irem lá para fora que já não somos os mais iliterados da Europa. Oferecem-se as habilitações e sobem-se as estatísicas. Isto claro sem aumentar nenhum potencial.. E depois queremos evoluir tecnologicamente..
Penso que me expressei mal...
Louvo a discussão e as ideias, é sinal que afinal estamos atentos!
O que me refiro sim é ao diálogo entre universidades e secundário, visto que o programa do secundário evoluiu (para bem ou para mal, isso já é outra discussão) deveria haver um acordo entre ambas as partes.
Em relação a facilitismo... hum, não acho. Apesar de já não andar no secundário há uns anos, continuo a acompanhar (por enquanto) a evolução deste, no caso da matemática a matéria continua a ser puxada e o programa comprido (não tão comprido como o de nível académico, mas ainda assim grande), e eu apanhei (parece bruxedo) todas as reformas curriculares desde o meu 5º ano, sei como era e como ficou, e em comparação, o ensino actual de 90 minutos ainda dá mais dores de cabeça que o antigo de hora a hora, por muito que os psicólogos falem, manter crianças de 10 anos hora e meia atentas a matemática é difícil e quebra em muito o rendimento.
Para finalizar, estou de acordo com mudanças na educação, desde que sejam mudanças consistentes para todos os graus de ensino (desde o pré-primário ao académico), e sim, acho que devemos sempre ajudar e facilitar e nunca dificultar, mas é claro que tem de haver bom senso nas ajudas. Ainda assim, segundo dizem as más línguas, o nosso ensino ainda é o mais difícil a nível europeu e norte-americano, e como as sabedoria popular resulta experiência vivida, alguma verdade há-de haver nesta afirmação.
Cumprimentos a todos.
De ... a 30.06.2008 às 13:05
o ensino universitário tem muito a aprender a nível organizacional com o ensino secundário.
Sou aluno universitário e a desorganização a este nível é muito maior que no secundário.
É pena que se esteja enveredar pelo caminho do facilitismo com fins meramente políticos tentando cumprir exigências europeias ou para com a própria sociedade após toda a contestação que se vivem (e ainda vive) nesta área.
Cartoon perfeito! Parabéns.
Cumprimentos.
De Mi6u3l a 24.06.2008 às 20:43
O q me parece mt injusto é q estes jovens saiem para o mercado de Trabalho com canudos de Bacharelatos e Licenciaturas, na realidade é a única coisa q têm, pois conhecimentos têm poucos e acima de tudo não sabem o q é ter de batalhar e trabalhar a sério para ter alguma coisa. Em casa se querem um telemóvel o Papá compra, na escola se têm negativa o próximo teste já terá de ser fácil para termos «bons alunos», agora imaginem esta geração a comandar este País de tanga.
E eu é q sou da tal GERAÇÃO RASCA, como diziza a actual Líder da oposição e ex. Ministra da Educação. : |
De João Lopes a 25.06.2008 às 12:32
Ai esse PTguêz. lol.
Mas pessoas que têm tudo sem esforço só existem neste hoje em dia? Eu ia jurar que isso já vinha nos genes dos humanos. Sempre haverá pessoas assim, tal como sempre haverá pessoas que se esforçam.